terça-feira, 10 de março de 2009

A Lição da Botija

“E Elias lhe disse: não temas. Vai, faze conforme a tua palavra. Porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora, depois farás para ti e para teu filho” (1Rs 17.13).
A lição da botija: DEUS ACEITA OFERTA DE POBRE.
A viúva de Sarepta era pobre e tinha um filho. Para comer dispunham apenas de um pouco de farinha numa panela e de um pouco de azeite numa botija.
Mas o profeta quis que ela repartisse com ele esse quase nada de alimento. Uma grande lição para a gente pobre, que sonega o dízimo por ser pobre.
Primeiro motivo de estranheza: "primeira para mim". O profeta insistiu na prioridade: entre os três, o primeiro a comer seria ele. Formou-se assim uma espécie de triângulo retângulo, de que ele seria o vértice maior e a mulher e a criança os vértices menores,
Dadas as circunstâncias, alguém poderia considerar essa atitude um desplante. Pior: uma iniqüidade.
Nada disso. Fique a lição: Deus quer ser sempre o primeiro, ainda que o orçamento seja de pobre.
Quando o crente deixa o dízimo para depois, entre os seus compromissos, dificilmente haverá o dízimo, pois este acabará por diluir-se no meio de outras contas.
Mas a lição continua: Deus quer pouco. Porque pobre só lhe pode dar pouco, ainda que lhe de o dízimo.
O profeta quis para si um "bolo pequeno". Feito de farinha e azeite, que existiam em pequena quantidade, e que, além disso, eram ingredientes baratos.
Mas se Deus fez aquilo que e grande não fez também aquilo que e pequeno? Tanto e milagre o macrocosmo como o microcosmo. Uma gota d'agua tem tanto milagre quanto o volume de um oceano.
Não é pois de admirar que Deus aceite o pequeno dízimo do pobre.
Mas a lição continua: Deus aceita os últimos recursos do pobre. Que aquela era a última porção de farinha e azeite que a pobre mulher possuía.
Depois daquela magra refeição - e ultima - a morte.
Deus quis aquele resto de comida, para submeter à mulher a um maravilhoso teste de fé, do qual ela saiu aprovada com nota alta.
Dízimo de pobre e prova de fé. É um cadinho em que se aperfeiçoa a piedade do cristão. Dízimo é menos quantidade do que qualidade. É incenso que vale não pela essência, mas pelo perfume que se desprende da essência.
Lembremo-nos de outra mulher pobre, que depositou no gasofilácio do templo todo o dinheiro que tinha e recebeu de Jesus, que assistia á cena, um vibrante elogio.
E a lição termina com uma bênção: "Da panela a farinha não se acabou e da botija o azeite não faltou, conforme
A palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias “(1Rs 17.16).
Dizimo e bênção principalmente para o pobre. Porque dízimo de pobre é milagre em botijas quase vazias.
Alguém dirá que estamos falando de dízimo quando a viúva de Sarepta não era dizimista.
Ela era mais, muito mais que dizimista, porque ela deu TUDO.
E não perdeu nada.

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